O oceanógrafo José Martins Júnior é transferido pelo ICMBio da área de preservação marinha de Fernando de Noronha para a Floresta Nacional de Negreiros, no sertão de Pernambuco [1]. Martins trabalhava como analista ambiental na ilha e acredita que a mudança se deve ao interesse de empresários da região [2]. O presidente do instituto, indicado pelo Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, justifica, através de ofício, que a transferência ocorre em razão da diferença no número de servidores que atuam nas duas regiões [3]. No entanto, Martins aponta a diferença na extensão das duas áreas de proteção, que ensejaria um número distinto de funcionários, e o fato de que seu currículo é voltado para o estudo de animais marinhos, em especial, golfinhos [4]. Pesquisadores criticam a medida [5]. A Justiça suspende a transferência do servidor [6], que permanece em seu cargo até o julgamento ação [7]. Em fevereiro, o chefe do Parque Nacional Marinho de Noronha, crítico ao aumento do turismo na região, foi exonerado logo após reunião de Salles com empresários da ilha [8] [veja aqui]. Em maio, ex-ministros do Meio Ambiente acusaram o governo de desmonte das políticas ambientais [9]. O governo Bolsonaro exonera, no dia seguinte, diretores do Inpe [veja aqui] e, em abril do próximo ano, diretores do Ibama [veja aqui], reduzindo a fiscalização ambiental [10] e intervindo em órgãos ligados à causa [veja aqui]. Em 2020, o Ministro Ricardo Salles afirma se aproveitar da crise sanitária para flexibilizar políticas ambientais [veja aqui] e o senador Flávio Bolsonaro disse que pretende liberar a entrada de cruzeiros no arquipélago de Fernando de Noronha [11].
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