Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro anuncia cancelamento da assinatura do jornal ‘Folha de S. Paulo’ para o governo federal

Tema(s)
Imprensa, Informação
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente anuncia que todo o governo federal cancelará assinatura da Folha de São Paulo, diz que não concorda com a cobertura de seu governo e acusa o jornal de espalhar fake news [1]. Ao ser indagado sobre possível censura, Bolsonaro nega, respondendo que, quem quiser, ainda poderá comprar a Folha individualmente [2]. A medida se equipara a reação similar do presidente Donald Trump, que, na semana anterior ao ocorrido, instruiu órgãos federais a cancelar as assinaturas dos jornais The New York Times e The Washington Post [3]. As reações à fala do presidente são imediatas. Entidades do setor jornalístico [4] e da sociedade civil [5] e se manifestam contra a medida anunciada pelo presidente; a própria Folha de S. Paulo lança nota sobre o caso [6]. O Ministério Público de Contas (MPC), inclusive, requer apuração da ordem do presidente frente ao Tribunal de Contas da União (TCU) por possível desvio de finalidade [7]. Cerca de um mês depois a Folha é efetivamente excluída de edital de licitação do governo federal para a contratação de assinaturas de jornais e revistas [veja aqui], o que é logo depois revertido, e, semanas depois, o presidente determina a não renovação de assinaturas de todos os jornais e revistas impressos para o Palácio do Planalto [veja aqui]. No ano seguinte, ataques à mídia continuam e parte dos veículos de imprensa deixa de fazer a cobertura do Palácio da Alvorada, o que o presidente ironiza [veja aqui].

Leia as análises sobre possível inconstitucionalidade do ato presidencial de exclusão da Folha de São Paulo de licitação e possível existência de crime de responsabilidade segundo especialistas.

31 out 2019
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