Ministro da Educação se engaja em novo conflito diplomático com representantes chineses [veja aqui], disparando mensagem discriminatória com traços conspiratórios em sua rede social. Alinhado com a postura de Donald Trump no começo da pandemia sobre a influência chinesa sobre a crise, Weintraub insinua que o cenário instalado beneficiaria politicamente os chineses, satirizando o sotaque chinês ao falar português [1]. Após críticas e retaliação da Embaixada Chinesa, o Ministro apaga sua postagem [2]. Esse posicionamento gerou crítica nos meios diplomático e científico [3]. Em 29/04/2020, o Ministro do STF Celso de Mello acolheu pedido da Procuradoria-Geral da União [4] de abertura de inquérito para investigar a ocorrência de crime de racismo pelo Ministro Weintraub em relação aos chineses [5]. Em 27/05, o Ministro requer adiamento de seu depoimento no inquérito [6], o que é rejeitado [7]. Em 04/05, ele depõe, afirmando estar coberto pela liberdade de expressão, ter usado humor [8] e suas críticas serem dirigidas ao governo, uma ‘ditadura comunista’, e não ao ‘povo chinês’ [9]. Em 12/06, o Ministro volta a mencionar a China em redes sociais, ironizando acordo feito pelo governador de São Paulo com laboratório chinês para a produção de vacinas contra a covid-19 [10]. Em julho, o caso é remetido à primeira instância judicial [11], já que o ministro foi demitido [12], com isso, a investigação passa para o Ministério Público Federal (MPF). Em fevereiro de 2021, o MPF arquiva o inquérito contra o ex-ministro pela suspeita de crime de racismo no caso [13].
Leia as análises sobre as possíveis implicações dos embates diplomáticos, a repercussão internacional da fala de Abraham Weintraub e quem foi o autor da notícia-crime, que impulsionou a abertura de inquérito contra o Ministro no STF.