Após quatro meses como interino [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui], o general da ativa do Exército Eduardo Pazuello é efetivado, através de decreto presidencial [1], para o cargo de ministro da Saúde [2]. Pazuello foi nomeado ministro interino após demissão de dois ministros civis que discordaram do presidente sobre métodos de controle da pandemia [veja aqui] [veja aqui]. A atuação do militar no comando da pasta é elogiada reiteradamente por Bolsonaro [3] que, na cerimônia de posse do ministro, afirma que as escolas não deveriam ter fechado durante a pandemia [4]. Poucos dias após sua efetivação, o ministro exonera responsáveis por portaria que incluiu covid-19 na lista de doenças do trabalho [5]. Em maio, o ministério da Saúde publicou uma portaria permitindo, sem evidência dos benefícios científicos, o uso de cloroquina para pacientes com sintomas leves [veja aqui]. Essa diretriz levou à abertura de uma investigação da PGR contra o ministro, que visa a apurar se houve crime de responsabilidade na produção e recomendação do medicamento [6]. Sua atuação é marcada por pouca transparência: em junho, houve uma omissão na divulgação de informações sobre os dados de infectados e mortos pela covid-19 [veja aqui]; no mesmo mês, o ministério fez servidores assinarem termo de confidencialidade sobre informações da pasta e ameaçou usar Lei de Segurança Nacional contra servidores [veja aqui] e exonerou servidores que assinaram notas técnicas sobre saúde sexual e reprodutiva das mulheres [veja aqui]. O ministro é criticado por permanecer na ativa do Exército [7]; no entanto, Pazuello afirma que, a princípio, não irá para a reserva [8]. Em suas manifestações públicas, o ministro já disse que atos contra o STF e pelo fechamento do congresso nacional atestam democracia em sua ‘plenitude’ [veja aqui] e, em reunião na OMS, omitiu dados epidemiológicos da pandemia no país [veja aqui].