Em meio uma nova crise ambiental, devido às queimadas no Pantanal [1] e na Amazônia [2], o presidente Jair Bolsonaro diz, ao defender sua política ambiental, que não consegue matar ‘esse câncer chamado ONGs’ em videoconferência semanal [3]. Ele critica o financiamento internacional das organizações e diz que as queimadas só ocorreriam em cinturões da floresta, e não em toda a sua extesão, o que não comprova com dados científicos. A fala é repudiada por organizações como o Greenpeace [4] e a Human Rights Watch [5], que denunciam a negligência do governo no combate ao desmatamento. Na mesma semana, uma campanha internacional – DefundBolsonaro [6] – com críticas à atuação do presidente na área ambiental, toma as redes sociais e é compartilhada por Leonardo DiCaprio [7], ator e ambientalista que já foi vítima de ataques do presidente [veja aqui]. Segundo reportagem publicada em novembro, o governo Bolsonaro pretende estabelecer um marco regulatório para ter o ‘controle’ de 100% das ONGs que atuam na Amazônia. O plano, elaborado pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, pretende bloquear ou limitar as atividades de ONGs que atuem ‘contra os interesses nacionais’ [8]. Em outras oportunidades, Bolsonaro já acusou, sem provas, as ONGs de serem culpadas pelos incêndios na Amazônia [veja aqui] – bem como índios [veja aqui] – e já editou medidas para dificultar sua atuação [veja aqui]. Em novembro passado, inclusive, a Polícia Civil do Pará prendeu brigadistas de ONGs que atuavam no Pará sob acusação de terem iniciado incêndios [veja aqui]. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também já culpou ONGs pelo vazamento de óleo no Nordeste [veja aqui].
Veja as análises sobre a política ambiental do governo Bolsonaro e os impactos do avanço do fogo no Pantanal