Polícia Federal (PF) acusa Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de gerar desinformação e monopolizar dados sobre desmatamento no país, segundo apuração da imprensa nesta data [1]. A acusação da PF é feita através de ofício em processo do Tribunal Contas da União (TCU) que apura a compra pela PF de imagens de satélites [2]. O TCU suspendeu contrato entre a PF e empresa de fornecimento de imagens via satélites, no valor de R$ 49 milhões, por considerar que o contrato não acrescenta vantagens informacionais e que poderia gerar prejuízos ao erário estatal [3]. A PF, por sua vez, alega que a empresa fornece a melhor qualidade de imagens e que utiliza as informações não só para ações ambientais na Amazônia, mas também para outras investigações [4]. Após decisão do TCU, a PF alega em ofício que os técnicos do Inpe se valem de ‘desonestidade intelectual’ para desinformar os canais de comunicação e impossibilitar que outros sistemas informacionais sejam contratados pelo poder público [5]. Além disso, a instituição policial defende que o Inpe apresentaria atraso de 3 meses na divulgação dos dados sobre desmatamento [6], e que a suspensão contratual prejudicará as atuais operações ambientais [7]. Em 22/09, o Ministério da Justiça e Segurança Pública cria, através de portaria [8], o Programa Meio Ambiente Integrado e Seguro, que tem por objetivo ‘promover a aplicação de geotecnologia’ em suporte às ações na área de segurança pública em geral [9]. Em outras oportunidades, o presidente Bolsonaro questionou os dados sobre desmatamento fornecidos pelo instituto [veja aqui] e o vice-presidente, Hamilton Mourão, contrariou as informações do Inpe ao afirmar queda no desmatamento na Amazônia [veja aqui]. Já diretor do Inpe foi exonerado após a divulgação de dados [veja aqui] e o governo exonerou coordenadora que fiscalizava desmatamento e reduziu a estrutura do instituto [veja aqui].
Leia análise sobre como o Inpe se tornou alvo de ataques no governo Bolsonaro e veja cronologia de ações do governo descreditando os dados do instituto, culminando na exoneração de seu diretor no ano passado.