Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Três jovens negros são mortos em decorrência de violência policial no Morro da Bacia

Tema(s)
Raça e etnia, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

A Polícia Militar do Rio de Janeiro mata 3 pessoas em baile funk no Morro da Bacia, na Baixada Fluminense, e afirma que as mortes ocorreram em confronto com traficantes [1]. Entre os mortos estava o neto do sambista Neguinho da Beija-Flor, Gabriel Marcondes, de 20 anos, que não tem qualquer envolvimento com o tráfico [2]. Além de Gabriel, Mateus Gomes e David de Jesus também foram mortos [3]. Em entrevista, Neguinho manifesta insatisfação com as operações da PM nas favelas, com o tratamento desigual da justiça em virtude da cor da pele, e diz: ‘Negros já nascem suspeitos. Em negros, atiram primeiro para depois saber quem é’ [4]. O então recém-eleito governador do Estado do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse, ainda em 2018, que a polícia, em seu governo, iria ‘mirar na cabecinha’ e atirar [5]; no ano passado, disse que manteria ‘um míssil’ para explodir traficantes na favela [6] [veja aqui], elogiou atuação que matou 15 pessoas [veja aqui], afirmou, ao comentar o aumento das mortes nas operações, que a ‘polícia mandou recado’ [veja aqui] e, após lamentar a morte de Ágatha Félix, menina de 8 anos assassinada por PM no Complexo do Alemão, declarou que a política de segurança do Estado estava no ‘caminho certo’ [veja aqui]. Vale lembrar que as mortes em intervenções policiais no Brasil, mesmo com pandemia do covid-19, já subiram 13% em comparação a 2019 [7], e 43% só no Rio de Janeiro [veja aqui], onde operações policiais foram, então, suspensas. Também, outros governantes [veja aqui] e o próprio presidente da República já enalteceram ações punitivistas [veja aqui].

Leia análise sobre o aumento de negros assassinados, dados sobre a violência policial, e reportagem sobre a esperança de justiça dos familiares.

18 out 2020
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