O presidente Jair Bolsonaro diz, referindo-se à CoronaVac, que ‘essa vacina daí é 50% de eficácia. Ou seja, jogar uma moedinha para cima (…) e a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador’ [1]. A fala é feita em frente ao Palácio da Alvorada um dia depois da Agência Nacional de Saúde (Anvisa) aprovar o uso do imunizante contra a covid-19 e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), realizar evento para aplicação da primeira dose da vacina em solo brasileiro [2]. O presidente indica que, após a aprovação da Anvisa, ‘não tem o que discutir mais’ e que o governo federal irá comprar o imunizante, mas, sobre a obrigatoriedade da aplicação, comenta que: ‘no que depender de mim, não será obrigatória. É uma vacina emergencial (…) algo que ninguém sabe ainda se teremos efeitos colaterais ou não’ [3]. Ele também reafirma seu apoio ao ‘tratamento precoce’ [4]. A fala insere-se em conjunto de situações em que o presidente demonstrou descrédito em relação à vacinação [veja aqui] e fez críticas à CoronaVac [veja aqui], ao mesmo tempo em que endossou o uso do ‘tratamento precoce’, não comprovado cientificamente [veja aqui]. As declarações também são feitas em meio a disputa política entre o governo federal e o governador paulista, que tem como eixo central a condução do combate à pandemia [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui].
Leia reportagem que investiga os os obstáculos colocados pelo governo Bolsonaro para compra de vacinas.