Governador do Amazonas (AM), Wilson Lima (PSC), decreta toque de recolher em todo estado como medida para frear o avanço da covid-19 na região [1]. A medida restritiva pode durar 10 dias, nos horários de 19h até as 6h da manhã [2]. A capital amazonense sofre um colapso no sistema de saúde com aumento nos casos de covid-19, falta de leitos de UTI, escassez de oxigênio hospitalar [veja aqui], e transferências de pacientes para outros estados do país para internação [3]. No inicio do ano passado, o estado sofreu duramente a primeira onda da pandemia no país, e já no fim do ano, após pressão para liberar o comércio não essencial, Wilson Lima optou pelo relaxamento nas medidas restritivas [4]. Isso criou o cenário de caos na região, de acordo com a secretária de Saúde de Manaus, Shadia Fraxe [5]. O colapso na saúde do estado ocorre em meio a descoberta de nova variante da covid-19 com origem no AM [6]. O governador afirmou que o AM ‘está clamando, pedindo por socorro’ [7]. O Ministério da Saúde comunica o reforço no atendimento ao estado, com contratação de mais profissionais de saúde, e abertura de novos leitos no Hospital Universitário Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas [8]. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, coloca seu país a disposição do AM para fornecimento do oxigênio [9]. Vale lembrar que a Prefeitura de Manaus está sendo fortemente pressionada pelo Ministério da Saúde, sob comando do ministro Eduardo Pazzuello para distribuir remédios para ‘tratamento precoce’ [veja aqui] [veja aqui], cuja eficácia não foi comprovada [10]. A medida é adotada durante período de agravamento da pandemia em todo Brasil – alguns meses depois, em março de 2021, outros 20 estados anunciaram toques de recolher e medidas mais restritivas [veja aqui].
Leia análise que discute a insuficiência do toque de recolher durante a pandemia.