Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos 06 atos contra recomendações médicas e sanitárias na primeira semana de março, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como no mês anterior [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, ele disse que ‘nunca’ errou durante a pandemia ao defender o ‘tratamento precoce’ e criticar medidas de distanciamento social. Segundo ele também, as mortes por coronavírus interessariam a alguns setores da sociedade e não teria ‘caráter’ quem o contrariasse [1]. No dia seguinte, afirmou em conversa no Alvorada que enviará comitiva a Israel para averiguar spray ‘milagroso’ contra a covid-19 [veja aqui] [2]. A comitiva, que foi poucos dias depois ao Oriente Médio, foi constrangida a usar máscaras em eventos públicos [3] [4]. Em 03/03, também em sua residência disse que, no que depender dele, ‘nunca teremos lockdown’, e que tal política ‘não deu certo em lugar nenhum’[5] – o que é falso [6]. No dia seguinte, a apoiadores em Uberlândia, criticou supostos ‘idiotas’ que o pediriam para comprar vacina a apoiadores em Uberlândia [7]. Mais tarde, em evento em São Simão (GO), falou que se deve parar de ‘frescura’ e ‘mimimi’ em relação à pandemia e se questionou até quando as pessoas ficariam ‘chorando’ [8]. No mesmo dia, em transmissão por redes sociais, criticou o fato de que ‘agora parece que só (se) morre de covid no Brasil’ e disse que pessoas morreriam por outras doenças fazendo isolamento social [9]. Na ocasião, em que chamou o coronavírus de ‘vírus do pavor’ [10], também riu com o suposto aumento de suicídio e depressão entre jovens na pandemia, em possível defesa da ineficácia de medidas sanitárias [11]. Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se pronunciou sobre a gravidade da situação eira e disse que a covid-19 deve ser levada ‘muito a sério’ [12]. O presidente já chamou a doença de ‘gripezinha’ [veja aqui] – e depois negou tê-lo feito [veja aqui], se opôs à vacinação em massa [veja aqui] e desautorizou a compra de vacinas [veja aqui]. Além disso, clamou pela ‘volta à normalidade’ [veja aqui] e sugeriu que o deixasse de ‘ser um país de maricas’ ao lidar com a crise sanitária [veja aqui]. Entre 01/03 e 07/03, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de quase 10,6 milhões [13] para mais de 11 milhões [14] e as mortes atingiram o patamar de 265,5 mil pessoas [15], com média diária de 1.497 mortes há 7 dias, de acordo com dados do consórcio de veículos da imprensa. Há um ano, em 07/03/2020, o país tinha registro de 19 casos e nenhuma morte por covid-19 [16].

Leia análises sobre as inverdades proferidas pelo presidente no dia 01/03 e durante toda a pandemia

07 mar 2021
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