O presidente Jair Bolsonaro afirma que ‘o meu Exército’ não vai para a rua obrigar o povo ‘a ficar em casa’ [1]. Ele também diz que não irá ‘decretar lockdown’ e que quer ‘paz, tranquilidade, respeito às instituições, mas algumas delas estão se excedendo’ [2]. As afirmações são dirigidas a seus apoiadores em frente ao Palácio do Planalto [3]. Bolsonaro também faz elogios à atuação do Japão no combate ao coronavírus e complementa apontando que ‘lá ninguém tava unido para derrubar o presidente’ [4]. Ele reitera críticas direcionadas aos governadores e diz que ‘tem um grupo de elite brasileira, de esquerda, me denunciando na ONU, Tribunal Penal Internacional, como genocida (…) agora, eu pergunto: quem é que obrigou o pessoal a ficar em casa, destruiu milhões de empregos?’ [5]. Bolsonaro tem reiteradamente descreditado medidas de isolamento social para o combate à pandemia do coronavírus [veja aqui]. Ele também já se manifestou outras vezes a respeito de seu suposto poder sobre as Forças Armadas – por exemplo durante reunião ministerial, na qual disse ser o ‘chefe supremo’ delas . Em outubro de 2020, Bolsonaro disse que as Forças Armadas estão prontas para ‘defender a pátria e garantir a nossa liberdade’ [veja aqui]. As falas inserem-se também em contexto de disputa política entre Bolsonaro e governadores estaduais em razão das medidas adotadas para combate ao coronavírus [veja aqui].
Leia análise que discute o papel das Forças Armadas e sua relação com o governo federal na atual conjuntura da pandemia.