Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Comitiva brasileira vai a Israel em busca de spray contra a covid-19, sem comprovação científica

Tema(s)
Negacionismo, Relações internacionais
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

Comitiva composta por dez pessoas, dentre elas o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), viaja à Israel para conversar sobre tecnologias de combate à covid-19, em especial o spray nasal EXO-CD24 [1]. Atualmente, o spray está sendo testado em cerca de 30 pessoas e nem a primeira fase do estudo científico que comprovaria sua eficácia foi concluído [2]. Ao anunciar a viagem, o presidente Jair Bolsonaro refere-se ao spray como ‘produto milagroso’ [3]. Durante a visita, o ministro Ernesto Araújo é repreendido publicamente por não usar máscara durante um evento realizado na presença do chanceler de Israel Gabi Ashkenazi [4]. Nota da presidência sobre a viagem indica que o spray ‘vem se mostrando muito promissor’ e que o Brasil busca ser o ‘principal parceiro’ nas próximas fases do estudo científico sobre a droga [5]. Investigação da imprensa divulgada no dia 20/03 revela que nenhum tipo de documento que confirma a participação do Brasil nos estudos sobre o spray foi assinada durante a visita [6]. Apuração aponta que o custo da viagem foi de pelo menos R$ 440.000 [7]. Não é a primeira vez que o governo federal investe em tratamentos sem comprovação científica para o combate da covid-19 – o Ministério da Saúde recomendou a adoção do ‘tratamento precoce’ contra a doença [veja aqui] e realocou a cloroquina produzida para tratamento de malária para ser utilizada em pacientes com coronavírus [veja aqui].

Ouça podcast sobre o andamento da campanha de vacinação em massa realizada em Israel.

06 mar 2021
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