O presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles minimizam as críticas proferidas à política ambiental brasileira horas depois do discurso do presidente na Cúpula do Clima [1] [veja aqui]. Em live, o presidente e Salles dizem que críticas feitas ao Brasil não se justificam e voltam a solicitar recursos internacionais para a preservação ambiental [2]. Na Cúpula do Clima, Bolsonaro afirmou a duplicação de recursos para a fiscalização ambiental, se comprometeu em acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, bem como a alcançar a neutralidade climática até 2050 [3]. A isso, críticas se seguiram: A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva diz que o Brasil, ao contrário de outros países, apresenta metas menos ousadas [4]. O secretário-executivo do Observatório do Clima destacou o corte de verbas do Ministério do Meio Ambiente destinadas à fiscalização, se referindo ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) [5] [veja aqui], aprovada pelo presidente na véspera. Em live Bolsonaro diz que na atualidade o Brasil responde por apenas 3,4% das emissões globais de gases de efeito estufa, enquanto China e Estados Unidos a 26,7% e 12,6% respectivamente [6]. A isso o Observatório do Clima destaca ser correto, embora as emissões do país sejam maiores que a média mundial [7]. Desta forma, o presidente diz que as críticas à agenda ambiental brasileira não se justificam e afirma que buscam prejudicar a competitividade do agronegócio do país no exterior [8]. Esse tipo de argumento já foi utilizado por Bolsonaro quando afirmou que as críticas estariam relacionadas à interesses internacionais sobre as riquezas naturais do país [veja aqui]. Já Ricardo Salles diz que os compromissos e o alcance das metas climáticas pelo Brasil serão possíveis apenas se houver a oferta de recursos internacionais [9], e a imprensa internacional destaca as controvérsias do ministro quanto ao abrandamento da legislação ambiental brasileira para o avanço do agronegócio e da mineração [10]. Em 2019, Salles também pedia recursos internacionais para preservação do meio ambiente ao mesmo tempo que paralisava o Fundo Amazônia [veja aqui].Em outros momentos, Bolsonaro já disse que gostaria de ‘desfazer opiniões distorcidas’ sobre a política ambiental brasileira [veja aqui] e que as críticas realizadas são injustas pois há um interesse econômico de outros países na Amazônia [veja aqui].
Leia a entrevista do secretário-executivo do Observatório do Clima sobre o futuro da agenda climática com a eleição do presidente dos Estados Unidos Joe Biden, o discurso na íntegra do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima e a análise dos dados citados pelo presidente em seu discurso.