Como na semana [veja aqui] e no mês [veja aqui] anteriores, o presidente da República, Jair Bolsonaro, desacreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 15/06, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro defendeu a redução de investimentos publicitários com informações sobre a pandemia da covid-19 [1], além de voltar a criticar as medidas de isolamento social, adotadas por estados e município [2]. Em 16/06, anunciou que iria convocar seus apoiadores à um passeio de moto na cidade de Chapecó, Santa Catarina [3], a cidade tem, atualmente, 93% das vagas de hospitais públicos ocupados pela covid-19 [4]. Em 17/06, o presidente afirmou, em transmissão ao vivo na internet, que contrair a covid-19 seria mais eficaz que tomar a vacina [5], fala que remete à estratégia da ‘imunidade de rebanho’, a qual é contestada por infectologistas [6]. Em 18/06, Bolsonaro participou da cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural no Estado do Pará, ocorrida na cidade de Marabá [7]. Na cerimônia, ele ficou sem máscara e tirou fotos com apoiadores, além de gerar aglomeração [8]. Em 19/06, data em que o país ultrapassou 500 mil mortes pela covid -19 [9], Bolsonaro não se manifestou acerca do fato, apesar dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; do Senado, Rodrigo Pacheco, ; do Supremo Tribunal federal, Luiz Fux; e do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins publicarem notas, separadamente, lamentando o número de mortos causados pela covid-19 [10]. Somente em 21/06, Bolsonaro se manifestou acerca das mortes [11]; a manifestação ocorreu na cerimônia de formatura da Escola de Especialistas de Aeronáutica, e, na ocasião, o presidente ofendeu a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, mandando-a ‘calar a boca’, quando a repórter o questionou sobre ter sido multado pelo governador de São Paulo [12]. Nesta mesma cerimônia, o presidente realizou seu discurso sem a utilização de máscaras [13]. Entre 14/06 e 21/06, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de cerca de 17,5 milhões de casos [14] para quase 18 millhões de casos [15] e as mortes atingiram o patamar de 502.817 mil pessoas [16], de acordo com dados do consórcio de veículos da imprensa.
Leia análise os 500 mil mortos pela covid-19, no Brasil.