Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos 06 atos contra recomendações médicas e sanitárias na segunda semana de junho, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como no mês [veja aqui] e na semana [veja aqui] anteriores, Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em conversas com apoiadores na frente do Palácio da Alvorada, no dia 07/06, Bolsonaro afirmou que um estudo do Tribunal de Contas da União (TCU) teria averiguado que 50% das mortes por covid em 2020 não foram causadas pelo vírus [1]. No mesmo dia, o TCU desmentiu as informações, afirmando tratar-se de conteúdo falso e que o documento não é do tribunal [2]. Em 08/06, o presidente insistiu que há exagero nas notificações de óbitos por covid-19, sem apresentar comprovação alguma, apenas citando vídeos de whatsapp, e responsabilizou os governadores pela situação, sustentando que a ‘supernotificação’ se deu ‘em busca de mais dinheiro’ [3]. Em 09/06 esteve em um culto de igreja evangélica na cidade de Anápolis (GO) e mais uma vez voltou a falar sobre uma ‘supernotificaçao’ [4]. Também fez comparação da vacina com algo ainda em fase experimental e defendeu o uso da hidroxicloroquina e ivermectina [5]. Nessa mesma oportunidade levantou dúvidas em relação à origem do vírus [6] e criticou o trabalho desempenhado pelos senadores que presidem a CPI da covid [7]. Em 10/06 durante um discurso realizado em evento do Ministério do Turismo, afirmou que ministro da Saúde vai publicar parecer para desobrigar o uso de máscara por quem já está vacinado ou já foi contaminado pelo vírus [8]. Mais tarde, no mesmo dia, em transmissão nas redes sociais, afirmou que não fez nenhuma imposição a Queiroga, mas apenas pediu para que o Ministério da Saúde apresentasse estudo sobre a desobrigatoriedade do uso de máscara [9]. No dia 11/06, ao deixar o Palácio da Alvorada, voltou a afirmar que vai pedir ao ministro da Saúde sobre a dispensa do uso de máscara nos casos já citados, mas afirmou que quem decide sobre isso são governadores e prefeitos, distorcendo a decisão do STF que deu maior autonomia aos estados e municípios nas ações de enfrentamento à pandemia, mas que não impediu a União de agir [10] [veja aqui] [veja aqui]. No dia 12/06 participou em São Paulo de ato em apoio ao seu governo, que reuniu 12 mil motociclistas [11]. O presidente, sem o uso de qualquer proteção recomendada pelas autoridades sanitárias, promoveu aglomeração, ao cumprimentar seus apoiadores, que em sua maioria também estavam sem máscaras durante a aglomeração [12]. Após o trajeto, com a palavra, Bolsonaro afirma que não há nada cientificamente comprovado para combater a covid-19, negando a eficácia da vacina [13]. O presidente, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, foram multados pelo governo de SP por não usarem máscara de proteção facial durante a motociata [14]. Esta não é a primeira vez que o presidente do país insinua que o número de mortes decorrentes da covid-19 não são verdadeiros, em abril afirmou que ‘muito óbito foi colocado ‘suspeita de covid’ para inflar números e pressionar a população contra o governo’ [veja aqui]. Entre 08/06 e 14/06, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de cerca de 17 milhões [15] para 17,5 milhões de casos [16] e as mortes atingiram o patamar de 488 mil pessoas [17], de acordo com dados do consórcio de veículos da imprensa.

Leia análise sobre como a postura de Bolsonaro como presidente da República é uma estratégia política que caracteriza crime de responsabilidade.

14 jun 2021
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