Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, compartilha foto de homem armado para celebrar o Dia do Agricultor [1]. A imagem é acompanhada da mensagem: ‘Hoje homenageamos os agricultores brasileiros, trabalhadores que não pararam durante a crise da covid-19 (…)’ [2]. A postagem é alvo de críticas pelos internautas e a palavra jagunço – em menção à imagem -, passa a figurar entre os assuntos mais comentados da rede social [3]. Em reação, Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) critica a publicação e afirma que ‘é a cara desse governo achar que comida se faz na bala’ [4]. Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) declara que é ‘absurdo associar um agricultor à imagem de um jagunço, de uma pessoa armada, incitando a violência no campo’ [5]. Em nota, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) repudia a postagem e afirma que o governo desconhece a realidade da agricultura familiar no Brasil que é marcada pela ‘solidariedade, generosidade e dedicação’ [6]. Segundo apurações da imprensa, a imagem utilizada pela Secom pode ser encontrada em um banco de imagens genéricas da internet com custo de R$45 a 3 mil reais por foto, de acordo com resolução e tamanho [7]. A fotografia é identificada no site como ‘Silhueta de caçador carregando espingarda no ombro e observando’ e não como a imagem de um agricultor [8]. Desde a eleição de Bolsonaro, o Brasil vive uma ascensão de conflitos armados nas áreas rurais [9] e uma ampliação e facilitação do porte de arma para a população do campo [veja aqui] [veja aqui]. Horas depois da postagem, a Secom apaga a publicação sob justificativa de que ela ‘deu margem a interpretações fora do contexto’ [10]. No governo Bolsonaro, a Secom vem sendo criticada por suas ações controversas. O órgão já atacou opositores do governo em publicações [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui], lançou a campanha ‘O Brasil não pode parar’ durante a covid-19 [veja aqui], monitorou o comportamento digital de parlamentares [veja aqui] e privilegiou a liberação de verbas para a ‘mídia aliada’ [veja aqui].
Leia sobre as consequências geradas pela política armamentista do governo Bolsonaro.