O vice procurador geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, assina despacho sigiloso, que paralisa pedido para apuração da conduta de Augusto Aras, Procurador-Geral da República (PGR) [1]. O pedido de apuração contra Aras, protocolado no Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), foi realizado pelos Senadores Randolfe Rodrigues (Rede – AP), Alessandro Vieira (Cidadania – SE) e Fabiano Contarato (Rede – ES), os quais acusam o PGR de omissão em sua função de investigar gestores públicos, inclusive o presidente Jair Bolsonaro e, delegar essa função ao Poder Legislativo [2]. O despacho do vice-PGR gera polêmica dentro do Ministério Público Federal (MPF) pois, embora o subprocurador e vice-presidente do CSMPF, José Bonifácio Borges de Andrada, tenha determinado o sorteio da relatoria para a apuração do caso [3], funcionários do CSMPF enviaram o processo diretamente para Humberto Jacques, integrante do Conselho, ao invés de realizarem o sorteio [4]. Contra o despacho de Medeiros, Andrada ingressa com uma ação na Justiça Federal [5], pedindo a anulação do despacho e sua publicização [6]. Em 09/07, Medeiros é intimado pela Justiça Federal para que apresente esclarecimentos acerca do despacho [7]. Em resposta, ele afirma que o (CSMPF) não tem competência para discutir o assunto, critica o pedido de apuração e diz a apuração é ‘descabida’ [8]. Em algumas oportunidades, Aras se recusou a proceder com investigações com aliados do governo Bolsonaro. Em 10/05, Aras se recusou a investigar Bolsonaro pelos cheques entregues a sua esposa [veja aqui]. Em, 01/07, Aras pediu a suspensão de inquérito que investigava Bolsonaro por prevaricação [veja aqui]
Leia análises sobre a atuação de Augusto Aras durante o governo Bolsonaro e sobre qual o futuro de Aras no Ministério Público.