O presidente Jair Bolsonaro afirma que a corda já ‘arrebentou’, referindo-se à sua relação com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assim como à possibilidade de ruptura institucional [1]. O pronunciamento é feito durante entrevista, quando o presidente criticou TSE, e disse que ‘vai tomar ‘medidas’ em relação à determinação do Tribunal de suspender o repasse de dinheiro das empresas que administram redes a páginas investigadas por disseminar fake news [2]. Na mesma entrevista, Bolsonaro disse que alguns ministros do STF ‘têm exagerado, têm se exacerbado, e prejudicam o andamento da nação’, e que espera que suas medidas sejam vistas pelo judiciário com imparcialidade’ [3]. Recentemente, Bolsonaro fez ataques aos ministros do STF e do TSE: em 03/08, referiu-se a uma ‘luta direta’ com Luís Roberto Barroso, presidente do TSE; dois dias após, chamou de ‘ditatorial’ o ministro Alexandre de Mores, relator do inquérito das fakes news no STF. Em relação a ambos os ministros, Bolsonaro anunciou, em 14/08, que pediria os seus impeachments. Além disso, termos como ’arrebentar a corda’ e ‘esticar a corda’ vêm sendo usados por outros membros do governo para ameaçar ruptura com o Estado Democratico de Direito, diante de conflitos políticos com opositores, assim como fez ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos [veja aqui], e o próprio Bolsonaro, no começo deste ano, quando se referiu a uma possível retaliação após instauração da CPI da covid-19, que investiga a atuação do governo federal durante a pandemia [veja aqui].
Leia mais sobre as ameaças de ruptura com o regime democratico feitas pelo governo federal.