O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, diz que há excesso de vacinas no Brasil [1]. A declaração foi feita nesta data durante evento na cidade de Guarulhos (SP), onde Queiroga afirmou que é preciso acabar ‘com essas narrativas de falta de vacina. Isso não é procedente, o Brasil vai muito bem’, negando haver problemas na distribuição dos imunizantes no país [2]. A fala do ministro ocorre em um momento onde faltam imunizantes para antecipar a segunda dose em muitos estados e municípios – em alguns casos, o intervalo entre aplicações da segunda dose teve que ser atrasado por falta de vacinas [3]. Na capital paulista, por exemplo, quase 100% dos postos de vacinação registraram falta da AstraZeneca para aplicação de segundas doses [4]. O atraso na aplicação da segunda dose de vacinas preocupa especialistas, que são categóricos ao afirmar que não existe garantia de eficácia na proteção proposta pelas vacinas, caso ocorram atrasos no cronograma de aplicação da segunda dose, conforme apontam evidências científicas [5]. Em 07/01, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) deixou o cargo motivada pela falta de vacinas e por política do governo federal contra a imunização [veja aqui]; no mesmo mês, ao menos 10 estados suspenderam a vacinação contra a covid-19 por falta de imunizantes [veja aqui]. Especialistas atribuem o atraso na vacinação a medidas erráticas do governo federal e problemas estruturais como o tamanho da população e estrutura econômica do país [6].
Leia sobre os atrasos na vacinação em decorrência de ações do governo federal.