Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Governo anuncia redução das emissões de gás de efeito estufa, mas é acusado de ‘pedalada climática’

Tema(s)
Meio Ambiente
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

Em discurso transmitido no pavilhão do Brasil na Conferência do Clima (COP-26), principal evento para debater mudanças climáticas da ONU, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciam aumento na previsão de cortes de emissão de gases de efeito estufa de 43% para 50% até 2030 [1]. Para especialistas, trata-se de uma ‘pedalada climática’ [2]. A meta de 43% foi estabelecida no Acordo de Paris e toma como base os lançamentos de gases estufa na atmosfera em 2005, projetados na época em 2,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) [3]. O governo federal revisou o cálculo, mas não indicou a base utilizada para aplicar o novo porcentual [4] [5]. Na prática, a manobra contábil não aumenta a ambição climática brasileira em números absolutos e permite que o Brasil relaxe sua meta de corte nas emissões CO2 [6]. Essa é mais uma tentativa do governo de passar uma imagem de ambição ambiental ao mundo: às vésperas da COP26, Bolsonaro propôs agenda de medidas voltadas ao meio ambiente mas foi acusado de oportunismo [veja aqui]. Em outubro, foi processado por plano climático insuficiente [veja aqui]. O governo foi apontado, pelo TCU, como responsável pelo desmatamento e queimadas da Amazônia [veja aqui], que é o maior desde 2012 [veja aqui], convergindo com entraves na fiscalização ambiental [veja aqui], exploração de atividades econômicas em áreas de proteção ambiental [veja aqui] e a alta recorde de pedidos de mineração em terras indígenas .

Entenda a manobra do Brasil para relaxar as metas climáticas.

01 nov 2021
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