O secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula, diz que está verificando ‘cada veículo de mídia’ e ingressara com notícia-crime contra aqueles que divulgarem propaganda dos correios noruegueses que mostra o Papai Noel beijando outro homem [1]. A peça publicitária, que busca celebrar os 50 anos de descriminalização da homoafetividade no país [2], mostra a relação ao longo dos anos entre um homem e o Papai Noel e, ao final do vídeo, Noel recebe ajuda dos correios para realizar as entregas de Natal e ter tempo livre com seu companheiro [3]. Nas redes sociais, o secretário afirma que o ‘santo é parte integrante da fé cristã e […] desrespeitar a fé alheia ainda é crime’ e ressalta que a ‘mídia tem que respeitar a fé cristã’ [4]. Durante entrevista, Porciúncula diz que ‘não importa’ se o Papai Noel estava beijando um homem ou uma mulher, pois ‘seria igualmente ofensivo para a fé cristã’, ele declara que ‘em uma sociedade que prega tolerância, tolerância, tolerância, parece que o único local que não se deve tolerância e respeito são os símbolos sacros da fé cristã. E há uma repetição reiterada de escárnio e, muitas vezes, ofensiva, em cima disso. E há no nosso Código Penal um tipo específico pra isso que é o vilipêndio ao culto e ao símbolo religioso’ [5]. Em Ribeirão Preto, o vereador André Rodini, aprova proposta de moção de repúdio à propagando, mas, com a repercussão negativa nas redes sociais, decide retirar a proposta [6]. Em junho, Porciúncula falou em ‘cristofobia’ de patrocinadores no setor cultural [veja aqui] e a Funarte emitiu parecer desfavorável a festival de jazz fundamentado em argumentos religiosos [veja aqui]. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro vetou campanha publicitária pautada por diversidade sexual [veja aqui] e, em 2020, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspendeu a exibição de programa que representava Jesus Cristo como homossexual [veja aqui] e censurou história em quadrinhos com temática LGBT [veja aqui].
Leia mais sobre o Papai Noel gay da propaganda norueguesa e leia a análise sobre o caso e sua repercussão em Ribeirão Preto.