O presidente Jair Bolsonaro, durante entrevista de TV, teceu criticas ao Ministério da Saúde, após autorização da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19 [1]. O órgão, ao incluir crianças e adolescentes no Plano Nacional de Imunização contra a covid-19 decidiu que a vacinação para este público não será obrigatória [2]. O presidente também afirma desconhecer crianças dentro dessa faixa etária que tenham morrido em decorrência da covid-19 [3]. Bolsonaro faz um alerta para supostos efeitos colaterais da vacina em crianças – cita falta de ar e palpitações -, e questiona qual o interesse da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) com vacinação infantil e chama os agentes da órgão de ‘pessoas taradas por vacina’ [4]. Ao contrário das declarações feitas pelo presidente, a Anvisa reitera que as vacinas contra a covid-19 são eficazes e seguras para crianças [5]. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o momento, cerca de 1.148 crianças de até 9 anos vieram a óbito em razão da covid-19 [6]. Em sua live nas redes sociais, Jair Bolsonaro critica prefeitos e governadores, afirmando que estes não podem impedir a matricula escolar de crianças que não tiverem tomado a vacina contra a covid-19 ante a não obrigatoriedade da vacinação infantil [7]. O chefe do poder executivo afirma que não se vacinou contra a covid-19 e que não vacinará a sua filha Laura, de 11 anos [8]. Bolsonaro diz aos seus espectadores, ainda, que ‘se você quiser seguir meu exemplo, tudo bem’ [9]. Em critica direta à Anvisa, Bolsonaro diz que a agência ‘virou outro poder no Brasil. É a dona da verdade’ [10]. Em nota, a Sociedade Brasileira de Pediatria afirmou que ‘negar este benefício às crianças sem evidências científicas sólidas, bem como desestimular a adesão dos pais e dos responsáveis à imunização dos seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável’ [11]. Em seguida, o senador Randolf Rodrigues (Rede) encaminha ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, um pedido para que as declarações do presidente sejam apuradas no inquérito das fake news [veja aqui] e questiona qual o interesse do presidente em ‘sabotar a vacinação das crianças brasileiras’ [12]. O senador pede que o STF defira uma medida cautelar restritiva para que o presidente — e pessoas próximas a ele —, seja proibido de veicular informações falsas sobre a vacinação infantil [veja aqui] e a atuação Anvisa contra a covid-19 [13].
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