O presidente Jair Bolsonaro defende a mineração em terras indígenas, alegando dependência de fertilizantes russos e projetando possível escassez causada pela guerra na Ucrânia [1]. O presidente volta a defender o projeto de lei que objetiva liberar a exploração em terras indígenas, como mineração, extração de gás e petróleo e construção de hidrelétricas [2], alterando a lei anterior que protegia terras indígenas e Unidades de Conservação (UC) , além de já ter tramitado outro projeto de lei que permitiria operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), para reintegração de posse em áreas rurais [veja aqui]. Em 2021, 62% dos fertilizantes químicos e/ou adubos importados pelo Brasil vieram da Rússia, o que abre justificativa para preocupação de dependência e talvez insuficiência relacionada à falta de um possível fornecimento [3]. No entanto, a maioria das principais minas de potássio, usadas para fertilizantes no agronegócio, não está localizada dentro de terras indígenas [4]. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), diz que o debate sobre a exploração mineral em terras indígenas precisa ser tratado e não ignorado [5]. O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), diz que ‘as maiores reservas de potássio do Brasil não estão na Amazônia, estão no Sudeste. O que eles querem é liberar garimpo’ [6]. Em 2019, o presidente fez discurso a garimpeiros, prometendo ampliação de mineração no Pará [veja aqui]; em julho desse mesmo ano, ele defendeu a exploração de minerais em terras indígenas, como na Reserva Ianomani e a Raposa da Serra do Sol, buscando ‘país de primeiro mundo’ para explorá-las [veja aqui]; em agosto, afirma que demarcação de terras indígenas inviabilizam economicamente o Brasil, onde interesses estrangeiros estão interferindo na soberania nacional [veja aqui].