Bolsonaro convoca embaixadores de pelo menos 40 países ao Palácio da Alvorada para atacar o sistema eleitoral [1]. Com o pretexto de debater o sistema eleitoral brasileiro, o presidente realiza uma reunião e repete a embaixadores de diversos países, teorias da conspiração que ele costuma sustentar em suas lives na internet [2] [veja aqui]. No encontro, Bolsonaro destaca que as suspeitas apresentadas por ele deveriam inviabilizar a realização de pleitos depois de 2018 e diz que ‘não poderíamos ter tido eleições de 2020, sem apuração total do que aconteceu lá dentro [se referindo ao Tribunal Superior Eleitoral – TSE), porque o sistema é completamente vulnerável [3]. O presidente relata também que o sistema utilizado no Brasil não permite auditoria, o que já foi desmentido pelo TSE [4]. As acusações feitas por Bolsonaro sobre a falta de segurança das urnas eletrônicas e a respeito do processo eleitoral vêm sendo desmentidas por agências de checagem e instituições oficiais, como o TSE e o Tribunal de Contas da União (TCU) [5]. Durante todo o mandato, Bolsonaro desacreditou o sistema eleitoral brasileiro, sem apresentar nenhuma prova sobre as supostas vulnerabilidades[veja aqui] [veja aqui]. Durante evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o presidente do TSE, Edson Fachin, rebateu as acusações de Bolsonaro e classifica a fala do presidente como ‘grave acusação de fraude e má-fé’ [6]. Na avaliação do presidente da corte, esse tipo de declaração sobre as urnas tem o objetivo de ‘sequestrar’ a opinião pública e abalar a estabilidade política do país [7]. Em 30 de setembro, o TSE condena, por unanimidade, Bolsonaro ao pagamento de multa de R$ 20.000 por causa das declarações contra o sistema eleitoral, feitas durante a reunião com embaixadores [8].
Leia análise sobre a reunião de Bolsonaro com embaixadores para falar sobre sistema eleitoral