O presidente da República, Jair Bolsonaro, volta a suscitar dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral, especialmente sobre o segundo turno das eleições presidenciais que ocorrerão em 30 de outubro [1]. Na fala, Bolsonaro incita seus apoiadores a ‘permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado’, o que violaria a lei eleitoral [2]. O presidente ainda fomenta a desconfiança no processo eleitoral, citando possíveis irregularidades com o resultado do primeiro turno do pleito, no qual ficou em segundo lugar [3]. A fala integra um conjunto de ataques do presidente ao sistema eleitoral [veja aqui]: em março de 2020, voltou a acusar fraude nas eleições de 2018, mas sem apresentar provas [veja aqui], voltando em novembro do mesmo ano a atacar o sistema fazendo paralelo com a derrota de Trump, admirado por ele, nos Estados Unidos [veja aqui]. Em maio de 2021, o presidente chegou a dizer que não haveria eleições em 2022 caso não houvesse voto impresso [veja aqui][veja aqui], além de ser antidemocrático recusando apurações de inquéritos contra ele [veja aqui]. O presidente afirmou, em fevereiro de 2022, que o ‘sistema eleitoral brasileiro não é da confiança de todos’ e que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estava evitando dar respostas [veja aqui]. Vale lembrar também que Bolsonaro tem defendido a participação das Forças Armadas no processo eleitoral, como ‘último obstáculo contra o socialismo’ [veja aqui], principalmente na apuração final dos votos, que ocorre no dia das eleições [veja aqui].
Leia análise sobre os ataques às urnas por apoiadores de Bolsonaro