O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirma que não deseja provocar rupturas ‘mas tudo tem limite’, durante culto em Goiânia [1]. A fala ocorre após Bolsonaro criticar as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como ‘arbitrárias’ e ‘revanchistas’ [2]. O presidente também afirma que só há três alternativas para o seu futuro: ser morto, ser preso ou a vitória, e que a segunda alternativa ‘jamais’ vai acontecer [3]. Nos últimos dias, Bolsonaro vem promovendo uma escalada de ataques autoritários contra os demais poderes e instituições: em 03/08, o presidente falou em ‘luta direta’ com o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso [veja aqui]. Dois dias depois, Bolsonaro ameaçou ‘sair das quatro linhas da Constituição’ [veja aqui], após o ministro Alexandre de Moraes incluí-lo como investigado no inquérito das fake news [veja aqui][veja aqui]. No dia 14/08, Bolsonaro enviou mensagem em rede social falando sobre um ‘provável e necessário contragolpe’ e apoiou manifestação de cunho autoritário [veja aqui]. Em 20/08, o presidente afirmou que o TSE e o STF arrebentaram a corda, em referência a uma possível ruptura institucional [veja aqui]. Além disso, em várias ocasiões Bolsonaro incitou a ida de seus apoiadores às manifestações de 07/09, sob justificativas autoritárias e golpistas [veja aqui] [veja aqui]. Ainda durante o culto, Bolsonaro incentiva que as lideranças evangélicas compareçam ao ato do 07/09 para que garantam a Constituição [4].
Leia sobre como os discursos de Bolsonaro esvazia os preceitos constitucionais e entenda quais os possíveis efeitos causados pelas ameaças de ruptura feitas por Bolsonaro.