O Presidente Jair Bolsonaro informa que pretende trocar o comando de embaixadas em razão do descontentamento com sua reputação no exterior [1]. O Presidente afirma que sua imagem não é veiculada da forma correta, que é chamado de ditador, racista e homofóbico e que cabe aos embaixadores mudar essa situação [2]. Após a declaração, embaixadores brasileiros defendem as políticas do governo frente à mídia internacional [3]. Pompeu Andreucci, Embaixador em Madri, envia carta à diretora do jornal El País na qual critica artigo [4] publicado no periódico [5]. Na correspondência, o Embaixador afirma que a política de orientação marxista levou o Brasil à beira do precipício, acusa a esquerda de desonestidade intelectual e declara que o tom utilizado pelo autor reflete sua filiação político partidária [6]. Em outro episódio, o Embaixador acusa o El País de promover ‘uma guerra’ contra o Brasil [7]. O Embaixador em Paris, Luis Fernando Serra, defende a legislação ambiental brasileira, critica a atuação de ONGs na Amazônia e diz que a imagem distorcida de Bolsonaro no exterior é fruto da ‘mágoa de quem perdeu as eleições’ [8]. Nestor Foster, indicado para assumir a embaixada em Washington, rebate críticas do editorial ‘Sem Amazônia, o planeta está Condenado’ do Washington Post e defende a política ambiental do governo Bolsonaro [9]. Em outras oportunidades, a diplomacia brasileira se manifestou sobre o significado de gênero [veja aqui] e se posicionou contrária a apresentação de documentário sobre Chico Buarque em festival internacional [veja aqui].
Leia as análises sobre a mudança ideológica no Itamaraty e como a política externa do governo Bolsonaro influencia na imagem do Brasil no exterior.
Atos que trazem como justificativa o enfrentamento da pandemia de covid-19 ou outra emergência. Sob o regime constitucional democrático, atos de emergência devem respeitar a Constituição e proteger os direitos à vida e à saúde. Mesmo assim, por criarem restrições excepcionais ligadas à crise sanitária, requerem controle constante sobre sua necessidade, proporcionalidade e limitação temporal. A longo prazo, demandam atenção para não se transformarem em um 'novo normal' antidemocrático fora do momento de emergência.
Atos que empregam ferramentas da constante reinvenção autoritária. Manifestações autoritárias que convivem com o regime democrático e afetam a democracia como sistema de escolha de representantes legítimos, como dinâmica institucional que protege direitos e garante o pluralismo.