O presidente Jair Bolsonaro, em vídeo transmitido nas redes sociais, reage à menção ao seu nome na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) veiculado pela TV Globo [1]. Bolsonaro, em tom agressivo, alega: ‘Isso é uma patifaria, TV Globo. Eu não deveria perder a linha (…) mas confesso que estou no limite com vocês’ [2] e intimida a emissora, ao afirmar que não renovará a concessão caso ela ‘continue com essa patifaria’ [3]. Tal postura não se verifica contra outras emissoras alinhadas ao governo [4]. A reação é vista pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) como um ‘grave ataque à liberdade de imprensa’ e criticada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, ao afirmar que a relação de governantes com a imprensa deve ser ‘sempre de garantia dessa liberdade, nunca de represália ou perseguição’ [5]. A TV Globo, em resposta às ofensas do presidente, divulga nota alegando que ‘fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade’ [6]. Vale notar episódios subsequentes de ataques à imprensa por parte do governo, ao cancelar a assinatura com a Folha de São Paulo [veja aqui], excluí-la do edital do pregão eletrônico para contratação de assinaturas [veja aqui] e, finalmente, não renovar assinaturas de jornais e revistas impressos para o Palácio do Planalto [veja aqui].
Leia um monitoramento de ataques ao jornalismo por parte de Bolsonaro em 2019 e em 2020 e a análise sobre a liberdade de imprensa e direito à informação.