Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ministro do Gabinete de Segurança Institucional defende o golpe de 1964 e chama Dilma Rousseff de terrorista

Tema(s)
Ditadura e memória, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

Em audiência pública na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, o Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) [1], Augusto Heleno, defende a ditadura militar, afirmando que não houve um golpe, mas uma ‘contrarrevolução’ senão o ‘Brasil seria uma grande Cuba’ [2]. O Ministro também entra em embate com a deputada do PSOL, Sâmia Bomfim, em relação à fala do deputado Eduardo Bolsonaro [3] sobre ‘novo AI-5’ como solução ‘se esquerda radicalizar’ [veja aqui]. Na semana anterior, Heleno afirmou que o deputado precisaria ‘estudar como vai fazer, como vai conduzir’, porém, durante a audiência, diz que não se colocou a favor do AI-5 e que há instrumentos previstos na Constituição para assegurar a ordem social [4]. Sâmia insiste que o Ministro se posicione sobre a fala do deputado e Heleno responde que não irá repudiar o ato e questiona: ‘a senhora vai me torturar pra eu falar?’ [5]. Ainda, o Ministro afirma que a anistia ‘levou uma terrorista a presidente da República’, em referência à Dilma Rousseff, presa e torturada na ditadura militar [6], e complementa ‘vários cargos importantíssimos da República foram preenchidos por terroristas’ [7]. O discurso de Heleno se alinha com o do Presidente Jair Bolsonaro ao justificar e defender o golpe militar de 1964 pela ‘ameaça comunista’ [veja aqui]. Em outras oportunidades, o Presidente nega que houve ditadura no Brasil [veja aqui] e se refere ao dia do golpe como ‘dia da liberdade’ [veja aqui], o Ministro da Economia afirma que ninguém deveria se assustar com a ideia de ‘novo AI-5’ [veja aqui], o Vice-presidente homenageia a ditadura na redes sociais [veja aqui], o Ministro da Defesa afirma que o golpe é um ‘marco para a Democracia’ [veja aqui] e o advogdo-geral da União defende a existência de ‘interpretações divergentes’ sobre ditadura militar [veja aqui].

Leia as análises sobre o que foi o Golpe de 1964 e como o governo Bolsonaro prega ‘negacionismo histórico’ sobre o regime e ouça sobre o negacionismo do gestão Bolsonaro sobre o golpe de 64

06 nov 2019
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