Em cerimônia de anúncio de crédito para a execução de obras estaduais [1], cuja plateia era composta por prefeitos e agropecuaristas [2], Bolsonaro afirma que é possível que existam casos de corrupção no governo federal sem seu conhecimento, porém, caso o responsável seja um Ministro, ele o colocará em um ‘pau de arara’ [3]. A expressão ‘pau de arara’ se refere a instrumento de tortura utilizado contra opositores da ditadura militar brasileira [4]. Em mês anterior, o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi denunciado por utilizar candidaturas de fachada para o desvio de recursos do fundo eleitoral [5]. O Presidente também afirma, em suas redes sociais, que quem ‘atrapalhar o progresso, vai atrapalhar da Ponta da Praia’, em referência a uma base da Marinha que servia de centro de tortura de dissidentes da ditadura [veja aqui]. Em outras oportunidades, Bolsonaro elogia torturadores [veja aqui] e ditadores [veja aqui], chama denúncia de tortura de ‘besteira’ [veja aqui] e exonera peritos de órgão nacional de combate à tortura [veja aqui]. Além disso, o Presidente afirma que não houve ditadura no Brasil [veja aqui] e desconsidera relato de jornalista que foi torturada durante o regime militar [veja aqui]. Em 2020, Bolsonaro replica postagem de perfil denominado ‘Pau de Arara Opressor’, que compartilhou notícia sobre os bonecos do Presidente e de seus Ministros que desfilaram no carnaval de Olinda [6] e a Secretária da Cultura minimiza os episódios de tortura que ocorreram no país durante a ditadura militar [veja aqui].
Leia o texto sobre a tortura no contexto da ditadura militar de 1964, sobre o que é a Comissão Nacional da Verdade e um trecho do relatório produzido pela Comissão sobre as práticas de tortura durante a ditadura militar de 1964