Em conversa com apoiadores e jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirma que os jornalistas são uma ‘espécie em extinção’ [1]. A frase é dita após uma repórter ter perguntado se Bolsonaro havia conversado com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados sobre o cronograma de votação das reformas administrativa e tributária e qual das votações aconteceria primeiro. A isso, o presidente responde que ele não provocaria ‘uma crise’ e completou: ‘eu quero que vocês mudem. Quem não lê jornal não está informado, e quem lê está desinformado. Tem que mudar isso. Vocês são uma espécie em extinção. Acho que vou botar os jornalistas do Brasil vinculados ao Ibama. Vocês são uma raça em extinção’ [2]. A extinção a que o presidente alude se referia ao fato de que muitos não confiariam em jornalistas mais e que ler jornais ‘envenenaria’ as pessoas [3]. Vale notar que o episódio marca série de conflitos do governo com a imprensa [veja aqui] e jornalistas [veja aqui].
Leia as análises sobre a relação da liberdade de imprensa com a democracia, os ataques do governo aos jornalistas e a situação do Brasil de 2018 em ranking que mede a liberdade de imprensa.
Atos que trazem como justificativa o enfrentamento da pandemia de covid-19 ou outra emergência. Sob o regime constitucional democrático, atos de emergência devem respeitar a Constituição e proteger os direitos à vida e à saúde. Mesmo assim, por criarem restrições excepcionais ligadas à crise sanitária, requerem controle constante sobre sua necessidade, proporcionalidade e limitação temporal. A longo prazo, demandam atenção para não se transformarem em um 'novo normal' antidemocrático fora do momento de emergência.
Atos que empregam ferramentas da constante reinvenção autoritária. Manifestações autoritárias que convivem com o regime democrático e afetam a democracia como sistema de escolha de representantes legítimos, como dinâmica institucional que protege direitos e garante o pluralismo.