O presidente Jair Bolsonaro, em transmissão ao vivo nas redes sociais, afirma que se tivesse poder sobre o andamento das investigações envolvendo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido – RJ), ‘teria anulado, cancelado’ as apurações [1]. O Senador é investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pela suspeita da prática de ‘rachadinha’ – repasse de parte dos vencimentos de servidores para políticos ou assessores parlamentares – e lavagem de dinheiro, durante seu mandato como deputado estadual do Rio de Janeiro entre 2003 e 2019 [2]. Bolsonaro ainda diz que o processo contra seu filho é uma ‘armação que vem lá do governo do Rio’, em referência ao seu adversário político, o governador carioca Wilson Witzel (PSC-RJ) [3]. Essa não é a primeira vez que o presidente se manifesta em defesa de seu filho mais velho: em março de 2019 compartilhou notícia falsa sobre cobertura jornalística das investigações[veja aqui], e em dezembro, ao ser questionado sobre o tema, proferiu ofensas homofóbicas contra repórter [veja aqui]. A priorização de laços familiares também é marca de outros episódios do governo, como a intenção de nomear seu outro filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ao cargo de embaixador dos Estados Unidos[veja aqui].
Leia análise de cientista político sobre a presença de interesses familiares na agenda de governo.