A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) publica resultados do monitoramento de ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa e ao jornalismo para o ano de 2019, reportando 116 ocorrências, o que representa a realização de pelo menos uma ofensa a cada três dias [1]. Dentre as ocorrências, são indicados 11 ‘ataques a jornalistas’, isto é, ofensas diretas, como quando Bolsonaro diz que repórter tem ‘uma cara de homossexual terrível’ [veja aqui], quando afirma que Glenn Greenwald ‘talvez pegue uma cana aqui no Brasil’ [veja aqui], ou ainda quando insulta jornalistas mulheres, como Patrícia Campos Mello [veja aqui], Constança Rezende [veja aqui] e Míriam Leitão [veja aqui]. Igualmente são registradas 105 ocorrências de ‘descredibilização da imprensa’ [2], como por exemplo a veiculação de vídeos pelo presidente em que são ironizados veículos de imprensa [veja aqui], e em que a TV Globo é descreditada [veja aqui]. Vale notar que ao longo de seu primeiro ano de gestão, o presidente anunciou o cancelamento da assinatura do jornal ‘Folha de São Paulo’ [veja aqui], e efetivamente cancelou a assinatura impressa de jornais para a Presidência da República [veja aqui]. Ainda, Bolsonaro editou medidas provisórias que afetaram diretamente o orçamento de veículos de imprensa, como a dispensa de publicar atos administrativos [veja aqui] e balanço financeiro empresarial [veja aqui] em jornais. No primeiro semestre de 2020, a FENAJ atualiza o monitoramento e reporta 245 ataques à imprensa [veja aqui].
Leia análise sobre a relação de enfrentamento que o presidente estabelece com a imprensa, e ouça podcast sobre os ataques de Bolsonaro contra veículos de comunicação.