O ministro da Educação, Abraham Weintraub, publica dois vídeos nas redes sociais atacando o jornalista Marco Antonio Villa [1]. Em um dos vídeos, o ministro se refere ao jornalista como ‘boca de esgoto’ (sem citar seu nome) e o acusa de propagar mentiras por ter veiculado possível irregularidade na compra de computadores feita pelo Ministério da Educação (MEC) e detectada pela Controladoria-Geral da União (CGU) [2]. Ele também sugere que o jornalista use antisséptico bucal ou água sanitária para combater o mau hálito [3]. Apesar de Weintraub alegar que o contrato irregular foi feito na gestão anterior e que a sua gestão constatou o problema, quem detectou a irregularidade foi a CGU; ademais, a licitação alvo de investigações foi lançada em agosto de 2019, quatro meses depois do ministro assumir o cargo [4]. Vale notar que Weintraub ataca a imprensa em várias oportunidades. Em fevereiro, ele chama a revista Fórum de ‘lixo’ por veicular matéria que ele alega ser mentirosa [veja aqui] e ofende veículo de imprensa, referindo-se a ele como ‘jornalismo prostituído’ [veja aqui]. Em outubro de 2019, promoveu ataques a uma jornalista, ironizando e desqualificando o trabalho feito por ela [veja aqui]. O uso de ofensas contra jornalistas também é praticado pelo presidente que, em 2020, é denunciado na ONU pela prática [veja aqui].
Leia as análises sobre a ameaça que os ataques à liberdade de expressão representam para a democracia, os 11 mil ataques diários à imprensa em 2019 e como a imprensa resiste à pressão do governo Bolsonaro em 2020.