O ministro da Educação, Abraham Weintraub, ataca a revista Fórum nas redes sociais por ter veiculado uma reportagem [1] com a informação de que o ministro inaugurou em 2015, junto com seu irmão e um professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um centro de estudos que teria lucrado cerca de R$ 45 milhões fazendo uso irregular da logomarca da universidade federal, o que ficou comprovado por sindicância na Unifesp [2]. O ministro afirma ser ‘tudo mentira’, que ‘terão de provar na Justiça’ e promove ataques à revista, chamando-a de ‘lixo’ e de ‘reportagem esgoto’ e negando qualquer ganho financeiro obtido com o centro [3]. Weintraub se envolve em outros episódios de ataques promovidos à imprensa. No dia seguinte (14/02), ofende o jornal UOL, acusando-o de fazer ‘jornalismo prostituído’ [veja aqui] e, em janeiro, chamou um jornalista de ‘boca de esgoto’ por veicular uma reportagem apontando uma possível irregularidade na compra de computadores feita pelo Ministério da Educação [veja aqui]. Em outubro de 2019, ironizou e desqualificou o trabalho realizado por uma jornalista [veja aqui]. O presidente Jair Bolsonaro também promove uma série de ataques à imprensa e aos jornalistas em 2019 [red id=446] e em 2020 [veja aqui].
Leia as análises sobre os ataques à liberdade de expressão que ameaçam a democracia, como a imprensa resiste à pressão do governo Bolsonaro e uma entrevista sobre os prejuízos dessas agressões para o jornalismo.
Atos que trazem como justificativa o enfrentamento da pandemia de covid-19 ou outra emergência. Sob o regime constitucional democrático, atos de emergência devem respeitar a Constituição e proteger os direitos à vida e à saúde. Mesmo assim, por criarem restrições excepcionais ligadas à crise sanitária, requerem controle constante sobre sua necessidade, proporcionalidade e limitação temporal. A longo prazo, demandam atenção para não se transformarem em um 'novo normal' antidemocrático fora do momento de emergência.
Atos que empregam ferramentas da constante reinvenção autoritária. Manifestações autoritárias que convivem com o regime democrático e afetam a democracia como sistema de escolha de representantes legítimos, como dinâmica institucional que protege direitos e garante o pluralismo.