Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro defende fim de isolamento e pede pacto nacional

Tema(s)
Conflito de poderes, Distanciamento social
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Em seu quarto pronunciamento televisivo sobre a crise do novo coronavírus, Bolsonaro pede pacto nacional para enfrentar a pandemia. Segundo ele, seria importante a articulação de ‘Parlamento, Judiciário, governadores, prefeitos e sociedade’ para a ‘preservação da vida e dos empregos’, já que o país estaria enfrentando ‘o maior desafio da nossa geração’ [1]. Diz também que ainda não há remédio para a covid-19, mas a hidroxicloroquina teria se mostrado eficaz. Após isso, as falas do presidente viriam marcadas por grande defesa desse medicamento para o tratamento de pacientes [veja aqui], apesar de não haver evidências científicas suficientes para o uso do medicamento no tratamento da covid-19 [2]. Em relação à economia, o presidente afirma que o ‘efeito colateral de medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença’ [3]. Bolsonaro também cita o diretor da OMS no discurso e é criticado logo depois por distorcer as falas da autoridade [4]. Cabe notar que, antes do pronunciamento, o presidente já vinha sendo isolado politicamente por seus ministros e pela cúpula do legislativo [veja aqui], procurando apoio na ala militar [5]. Após a fala, parlamentares de centro e esquerda e integrantes do judiciário reagiram [6]. Um dia depois, o próprio presidente voltou a negar a importância do vírus [veja aqui], como em seu pronunciamento de 24/03 [veja aqui]. Vale lembrar também que o presidente já havia se pronunciado oficialmente em outras ocasiões sobre a crise, em 06/03 e 12/03 [veja aqui].

Leia as análises sobre falhas na veracidade do conteúdo do discurso presidencial, a exaltação da hidroxicloroquina pelo presidente e a mudança de tom do discurso de Bolsonaro.

31 mar 2020
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