Após já ter flertado com a possibilidade dez dias antes [1], o presidente oficializa a exoneração do Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta [2]. A demissão marca série de choques que Bolsonaro já travava com Mandetta [veja aqui]. Antes da exoneração, pesquisas já mostravam como o Ministro da Saúde estava ganhando popularidade [3] e como a maioria da população era contra sua substituição [4]. Em seu pronunciamento, Bolsonaro chama a exoneração de ‘divórcio consensual’ [5]. Ele afirma que, apesar de entender a gravidade da pandemia, deve reconhecer as especificidades de seu enfrentamento no país. Citando novamente o diretor da OMS [veja aqui] e a ideia de que ‘as consequências do tratamento não podem ser mais danosas que a doença’ [veja aqui], o Presidente volta a incentivar a liberação do trabalho [6] e alertar para o problema do desemprego [7]. Após o ato presidencial que colocou Nelson Teich no comando da Saúde [8], diversas foram as reações negativas. Presidentes da Câmara e do Senado divulgaram nota conjunta exaltando o trabalho do ex-Ministro, enviando alerta ao Presidente e reafirmando compromisso com a redução dos efeitos negativos da pandemia [9]. Além disso, deputados do PSOL comunicaram à OMS e ONU em carta [10] a demissão do Ministro, denunciando ‘descontinuidade de gestão em plena pandemia’ [11] e o não cumprimento das medidas recomendadas de enfrentamento da doença. Foram também registrados panelaços [12] e grande repercussão nas redes sociais, com destaque para avaliações positivas do ex-Ministro [13].
Leia as análises sobre os conflitos do presidente com o ex-Ministro, as políticas implementadas por ele no Ministério e a repercussão na mídia inglesa e norte-americana.