Publicações em série nas redes sociais apontam que caixões vazios seriam supostamente enterrados em diversos estados para distorcer a realidade e gerar pânico na população quanto ao número de mortes decorrentes do coronavírus. Levantamento realizado pelo ‘Monitor do Debate Político no Meio Digital’ (USP) em parceria com o ‘Eleições Sem Fake’ (UFMG) aponta que 30% dos vídeos e fotos mais compartilhados sobre o coronavírus em grupos de WhatsApp, na semana entre 01/05/2020 e 07/05/2020, eram fake news sobre caixões vazios [1]. A deputada federal Carla Zambelli (PSL) afirmou, em entrevista à Radio Bandeirantes, que caixões vazios estariam sendo enterrados no estado do Ceará, e tentou minimizar a crise pandêmica gerada pelo coronavírus [2]. Em reação, o governo do Ceará divulgou nota de repúdio ao comentário e afirmou que medidas jurídicas serão tomadas contra a fake news espalhada pela deputada federal [3].
Leia a análise sobre como funciona a propagação de fake news sobre o coronavírus.
Atos que trazem como justificativa o enfrentamento da pandemia de covid-19 ou outra emergência. Sob o regime constitucional democrático, atos de emergência devem respeitar a Constituição e proteger os direitos à vida e à saúde. Mesmo assim, por criarem restrições excepcionais ligadas à crise sanitária, requerem controle constante sobre sua necessidade, proporcionalidade e limitação temporal. A longo prazo, demandam atenção para não se transformarem em um 'novo normal' antidemocrático fora do momento de emergência.
Atos que empregam ferramentas da constante reinvenção autoritária. Manifestações autoritárias que convivem com o regime democrático e afetam a democracia como sistema de escolha de representantes legítimos, como dinâmica institucional que protege direitos e garante o pluralismo.