Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

E daí?’, responde Bolsonaro ao ser indagado sobre o aumento de mortes no país por covid-19

Tema(s)
Conflito de poderes, Distanciamento social, Federalismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Após uma jornalista na portaria do Palácio da Alvorada ter afirmado que o Brasil havia ultrapassado o número de mortes da China (4.643) pelo novo coronavírus, passando a marca dos 5.000, Bolsonaro responde: ‘e daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre’ [1]. O presidente diz que se solidariza com as famílias de vítimas, mas que nunca negou que ‘haveria mortes’ [2]. Após a declaração, as reações foram imediatas. Diversos governadores e parlamentares repudiaram a fala de Bolsonaro [3]. O governador de São Paulo, por exemplo, sugere ao presidente que abandone a ‘bolha’ de Brasília, visite hospitais e seja solidário [4]. Já o governador do Rio de Janeiro, diz que o presidente ‘tomou para si o papel de criar crises e mais crises’ e deveria trabalhar em vez de ‘fazer política’ [5]. O Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defende em tom apaziguador que a afirmação teria sido ‘mal colocada’ e que ‘nenhum governo vai minimizar ou tratar com desdém a perda de vidas de brasileiros em nenhum caso’ [6]. Não apenas políticos, como também artistas, jornalistas e outros membros da sociedade civil repudiaram as palavras do presidente [7], apesar de alguns ainda defenderem o posicionamento de Bolsonaro, como o apresentador de TV José Datena [8]. Também há repercussão internacional ao fato [9]. Um dia depois do ocorrido, o presidente critica a repercussão e a cobertura da mídia a respeito e afirma que a situação do país é de responsabilidade de governadores e prefeitos [10].

Leia as análises sobre o pronunciamento de Bolsonaro, a versão traduzida em espanhol, a sequência de pronunciamentos do presidente que minimizam a gravidade da pandemia e a repercussão na mídia inglesa.

28 abr 2020
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