Depois de declarações anteriores que ensejaram problemas diplomáticos [veja aqui], o Ministro das Relações Exteriores volta a atrair atenção ao publicar texto intitulado ‘Chegou o comunavírus’ [1] – sobre a pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, a crise faria parte de projeto globalista com o objetivo de implantar o comunismo [2] e, em última instância, transformar o mundo em ‘grande campo de concentração’ [3]. Em 29/04/2020, lideranças judaicas exigem pedido de desculpas por parte do Ministro Ernesto Araújo pelo texto publicado, em que Araújo fez comparação da situação de isolamento social com os históricos campos de concentração [4], e o repórter Guga Chacra publica nota em repúdio [5], que foi duramente criticada pelo chanceler. Segundo Araújo, Chacra seria ou ‘analfabeto funcional’, ou ‘preguiçoso’ ou ‘mau caráter’, por ter distorcido suas palavras [6].
Leia a análise sobre o papel do ministro de relações exteriores na história diplomática brasileira e a guinada ideológica empreendida.
Atos que trazem como justificativa o enfrentamento da pandemia de covid-19 ou outra emergência. Sob o regime constitucional democrático, atos de emergência devem respeitar a Constituição e proteger os direitos à vida e à saúde. Mesmo assim, por criarem restrições excepcionais ligadas à crise sanitária, requerem controle constante sobre sua necessidade, proporcionalidade e limitação temporal. A longo prazo, demandam atenção para não se transformarem em um 'novo normal' antidemocrático fora do momento de emergência.
Atos que empregam ferramentas da constante reinvenção autoritária. Manifestações autoritárias que convivem com o regime democrático e afetam a democracia como sistema de escolha de representantes legítimos, como dinâmica institucional que protege direitos e garante o pluralismo.