Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Na segunda semana de abril, em meio à pandemia, Bolsonaro acumulou pelo menos 9 atos de descrédito a recomendações médicas e sanitárias

Tema(s)
Conflito de poderes, Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como também na semana [veja aqui] e mês anteriores [veja aqui], o presidente manteve postura de descrédito a recomendações médicas e sanitárias na segunda semana de abril. Entre 06 e 09/04 e em 12/04 [1], Bolsonaro fez postagens diárias em suas redes sociais defendendo o uso da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes e atacando a cobertura da mídia sobre o assunto, enquanto as recomendações do Ministério da Saúde eram de uso moderado [veja aqui]. No dia 08/04, em seu quinto pronunciamento telvisivo [veja aqui], ele tirou de contexto as falas do diretor da OMS e afirmou que as pessoas deveriam voltar a trabalhar no Brasil, expressando preocupação com o desemprego. Na ocasião, também voltou a exaltar os efeitos positivos da hidroxicloroquina. No dia seguinte 09/04, Bolsonaro disse que há ‘guerra ideológica’ [2] no debate sobre a cloroquina e que, apesar de não haver comprovação científica, seu uso é positivo [3]. Em 10/04, o presidente voltou a causar aglomeração [veja aqui], desta vez ao fazer passeio e parar em farmácia em Brasília [4], afirmando, na ocasião, que ‘ninguém’ poderia tolher seu ‘direito de ir e vir [5]. Dois dias depois, em 12/04, o presidente afirmou em videoconferência com líderes religiosas em comemoração à Páscoa que parece que o vírus está ‘começando a ir embora’ [6]. Entre 06 e 12/04 o número de infectados pela covid-19 subiu de 12.239 [7] para 22.318 [8] e as mortes somaram 1.230 pessoas [9], de acordo com dados das Secretarias Estaduais de Saúde.

Leia as análises sobre a defesa da cloroquina pelo presidente, a repercussão na mídia inglesa e norte-americana.

12 abr 2020
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