Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, chama o movimento negro de ‘escória maldita’ e ‘vagabundos’ em reunião com servidores [1]. Em vídeo da reunião vazado em junho, Camargo ofende Zumbi dos Palmares e manifesta desprezo pela pauta da ‘Consciência Negra’ [2], assim como fez em 13/05, data comemorativa da Lei Áurea [veja aqui]. Também fala contra ‘esquerdistas’ que estariam ‘infiltrados’ na Fundação e tolheriam sua ‘liberdade de expressão’ [3]. Ademais, critica também uma mãe de santo, utilizando palavras de baixo calão e o termo ‘macumbeira’ pejorativamente e afirma que não haveria ‘nada para terreiro na Palmares’ enquanto estivesse na Fundação [4]. Depois do vazamento do vídeo, Camargo diz em nota à imprensa lamentar ‘gravação ilegal’ da reunião e que estaria ‘em sintonia com o governo federal’ [5]. Adna dos Santos, a mãe de santo citada na reunião, presta queixa na Polícia Civil [6] e um grupo de deputados protocola pedido para que o Ministério Público Federal (MPF) investigue a declaração, além de requerer que Camargo deponha no plenário da Câmara [7]. Além disso, entram-se com diversas medidas judiciais [8] para suspensão de Camargo do cargo [9]. Duas delas, uma protocolada pelo partido Rede e outra pela Defensoria Pública da União, são negadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) [10] [11]. Em junho, a Fundação também anunciou outras medidas controversas, como o ‘selo não racista’ [veja aqui].
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