Um dia depois da nomeação do novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Souza [veja aqui], o presidente usa tom agressivo para conversar com a imprensa na portaria do Palácio do Alvorada [1]. Mostrando a capa da ‘Folha’ daquela manhã, cuja manchete revela que novo diretor da Polícia Federal assume o cargo e acata pedido de Bolsonaro, ele chama o jornal de ‘canalha’, ‘patife’ e nega interferência na instituição do Rio de Janeiro [2]. Em seguida, ao responder a questionamento de repórter do ‘Estado’, diz ‘cala a boca’, frase que viria a ser repetida ao menos mais duas vezes durante a conversa [3]. Em resposta, a ‘Folha’ publica nota em repúdio ao posicionamento do presidente [4], bem como outras entidades de imprensa, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) [5], a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) [6] e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) [7]. Alguns especialistas também apontam possível incursão em novo crime de responsabilidade [8], em momento em que o presidente já viria acumulando vários outros [veja aqui]. Jornalistas também fazem ‘protesto virtual’ contra o presidente ao longo do dia [9]. Com a grande repercussão, o presidente pede desculpas por ter sido ‘grosseiro’, mas mantém críticas à imprensa em pronunciamento na fim da tarde desse mesmo dia [10].
Leia as análises sobre o autoritarismo revelado pela postura do presidente, segundo especialistas e a crise brasileira apontada por mídia norte-americana.