Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Em data comemorativa da Lei Áurea, presidente da Fundação Palmares ironiza Zumbi

Tema(s)
Raça e etnia
Medidas de estoque autoritário
Ataque a pluralismo e minorias

Na data de comemoração Abolição da Escravatura, 13 de maio, Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), órgão responsável por promover ações de integração e afirmação voltadas à população negra, publica diversos textos no site da instituição contra Zumbi de Palmares [1] – símbolo do movimento negro [2] – e que exaltam a figura da princesa Isabel [3]. Para o movimento negro, Zumbi representaria a luta pela igualdade de raça no Brasil, razão pela qual comemora-se em dia 20 de novembro o dia da Consciência Negra, data de sua morte; já o dia 13 de maio exaltaria a abolição apenas formal da escravatura e colocaria a princesa Isabel em primeiro plano, em prejuízo de outras personagens que lutaram pela abolição [4]. O Ministério Público Federal entra com representação contra Camargo junto à Procuradoria do Distrito Federal por improbidade administrativa em razão das postagens [5]. Deputados federais da oposição ao governo Bolsonaro apresentam também à Procuradora representação contra Camargo por causa de diversas declarações suas que, segundo alegam, feririam os princípios da legalidade e da moralidade e não seriam abarcadas pela liberdade de expressão [6]. O movimento negro também se manifesta contra Camargo e os ataques a Zumbi [7]. Em 29/05, a justiça determina a remoção dos artigos que desqualificam Zumbi [8]. Em 31/07, em nova ação, a justiça ordena a retirada do ar de outros artigos com conteúdo revisionista sobre Zumbi [9].

Leia entrevista sobre a luta contra a escravidão e combate à desigualdade racial, reportagem sobre Zumbi dos Palmares e análise sobre a questão racial e o governo Bolsonaro.

13 maio 2020
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