Em videoconferência organizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Bolsonaro afirma que haveria situação de ‘guerra’ e que o setor empresarial deveria ‘jogar pesado’ com os governadores [1]. Segundo ele, medidas de isolamento social trariam consequências ruins no futuro, como o ‘caos, saque a supermercados, desobediência civil’ e, nesse contexto, as Forças Armadas não teriam pessoal suficiente para atuar por meio de Garantias da Lei e da Ordem (GLOs) [2]. Na mesma ocasião, Bolsonaro levanta a hipótese de que o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tentaria afundar a economia ‘para ferrar o governo’ em razão das decisões sobre tramitação da MP 936, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda [veja aqui] na Casa [3], mais uma vez se colocando em rota de choque com a cúpula do Legislativo [veja aqui]. Por sua vez, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, reforça a pressão aos empresários, dizendo que eles ‘têm que se mover’ e apoiar o governo, ‘já que têm capacidade de influir’ [4]. Após o episódio, o governador de São Paulo logo critica o presidente, convidando-o a sair da ‘bolha do ódio’ e ‘defender a saúde e a vida dos brasileiros’ [5], em tom similar ao que já vem adotando frente ao governo federal [veja aqui]. Horas depois, Maia visita o Planalto e o presidente afirma que eles voltaram a ‘namorar’ e que estaria tudo bem [6].
Leia a análise sobre a atuação do governador de SP durante a pandemia, que contraria posicionamentos do presidente.