As equipes de uma pesquisa de dimensão nacional sobre a pandemia da covid-19 são detidas pela polícia ou impedidas de trabalhar por gestões municipais, além de serem agredidas por civis [1]. O estudo, feito pela Universidade Federal de Pelotas, Ibope e financiado pelo Ministério da Saúde, pretende fazer testes em 133 cidades. Pesquisadores foram barrados por prefeitos de cerca de 40 municípios, que alegaram falta de notificação sobre a pesquisa por meios oficiais [2]. Também ocorrem detenções pela polícia em cerca de 12 municípios e apreensões dos testes – estima-se que cerca de 800 foram perdidos [3]. Ainda, são informadas agressões aos pesquisadores, por civis que acreditam ser um golpe ou estarem quebrando a quarentena [4]. A pesquisa apresenta resultado de que o número de infectados pelo coronavírus deve ser cerca de sete vezes maior do que registram os dados oficiais [5]. Ainda, em contexto de politização da ciência e da cloroquina [veja aqui] e de interferências em estudos sobre o composto [veja aqui], professores da UnB que estudam o fármaco, tornado conhecido em meio à pandemia [veja aqui], são atacados nas redes sociais [6]. Além disso, um cientista e sua equipe, da Fundação de Medicina Tropical, também sofrem ataques, incluindo ameaças de morte, por causa do estudo realizado com o remédio [7].
Leia análise de historiador sobre politização e ciência em epidemias, o fazer dos cientistas no contexto de pandemia e sobre as detenções dos agentes que pesquisam a covid-19.