Na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro critica a imprensa de faltar com a verdade: ‘no dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo’ [1]. Na ocasião, bolsonaristas presentes no local hostilizam jornalistas com xingamentos [2]. Jornalistas relatam que, na oportunidade, os apoiadores do presidente estavam em número superior ao habitual e mais violentos [3]. Diante da escalada de hostilidades, empresas de comunicação decidem suspender a cobertura jornalística na porta da residência oficial e cobram posicionamento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável pela segurança do Palácio da Alvorada [4]. Em resposta, no dia 26/03, o presidente disse que a decisão dos veículos de imprensa de suspender a cobertura jornalística seria uma forma de ‘vitimização’ [5]. No dia 28/03, o Ministro-Chefe do GSI, general Augusto Heleno, afirma que jornalistas poderão retornar ao trabalho, mas que ‘se alguém gritar’ devem ‘fingir que não ouviram’ [6]. Duas semanas depois, o presidente ironiza a ausência de veículos da imprensa na cobertura de entrevistas coletivas no Palácio da Alvorada, afirmando ‘saudades da Globo aqui’ [7]. Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o presidente faz ataques diretos à mídia, defendendo boicotes [veja aqui], se negando a falar com jornalistas [veja aqui] e realizando ataques verbais [veja aqui].
Leia análise sobre as denúncias de violações à liberdade de expressão na Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a nota conjunta elaborada por organizações da sociedade civil em defesa da liberdade de expressão e de imprensa.