Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo, Legislativo
Nível
Federal

Publicidade do Banco do Brasil em site propagador de fake news é excluída, mas após reclamação de Carlos Bolsonaro a instituição volta atrás da decisão

Tema(s)
Informação, Publicidade e propaganda
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional

Após suspender a publicidade em um site acusado de compartilhar notícias falsas, no mesmo dia o Banco do Brasil recua da decisão [1]. A iniciativa de interromper os anúncios no site ‘Jornal da Cidade Online’ foi anunciada nas redes sociais e aconteceu em resposta a campanha do movimento Sleeping Giants Brasil, cujo objetivo é desestimular a publicidade em sites considerados ‘racistas ou de fake news’ [2]. Em seguida, Carlos Bolsonaro (filho do presidente e vereador pelo Republicanos) publica postagem criticando a decisão do banco [3]. No mesmo dia, a instituição financeira decide voltar atrás na decisão. Seu presidente, Rubem Novaes, afirma não concordar com a restrição e o gerente de marketing, Antonio Mourão (filho do vice-presidente Hamilton Mourão) afirma considerar a suspensão ‘exagerada’ [4]. O chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Fabio Wajngarten, também critica o perfil, afirmando que teria ‘viés ideológico’ e que contornaria o caso relacionado ao Banco do Brasil [5]. A subprocuradoria que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) apresenta representação junto ao tribunal pedindo que se apure a interferência da família do presidente e de Wajngarten no banco [6] e o plenário do Tribunal decide pela suspensão de parte dos contratos para publicidade da instituição, tendo como alvo sites de ‘fake news’ [7]. Decisão no mesmo sentido é tomada pela corte quanto à Caixa Econômica Federal [8]. Em agosto, a página do Twitter ‘Sleeping Giants Brasil’, movimento que monitora a veiculação de publicidade com conteúdo preconceituoso ou falso [9], identificou novo anúncio do Banco do Brasil que indicava site de apoio a Bolsonaro e já condenado judicialmente por propagar notícias falsas. Cinco dias depois da denúncia, a Polícia Federal instaura inquérito contra a página Sleeping Giants, o qual é em seguida arquivado a pedido do Ministério Público [10]. Há outra questão envolvendo verbas para sites de fake news no governo, referente à reforma da previdência [veja aqui].

21 maio 2020
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