Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Secretaria de Comunicação do Governo publica informação sobre uso da cloroquina, mesmo sem comprovação científica de sua eficiência

Tema(s)
Informação, Saúde, Transparência
Medidas de emergência
Construção de inimigos

A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) posta em suas redes sociais mensagem afirmando que a cloroquina é considerada a droga mais promissora no combate à covid-19 [1]. A postagem contraria as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pesquisas científicas que já concluíram que não existem evidências da efetividade do medicamento contra o coronavírus [2]. Como critério para indicar o medicamento como ‘promissor’, a Secom utiliza enquete feita por fórum online [3]. Diante da repercussão, um dia depois, a secretaria apaga a publicação [4]. O PSOL entra com representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o chefe da Secom, Fabio Wajngarten, por violação dos princípios da impessoalidade e moralidade da administração pública, por utilizar órgão oficial de comunicação para divulgar informações falsas e colocar em risco a saúde dos brasileiros [5]. Dois meses depois, a representação é arquivada, pois, segundo o MPF não houve indícios de má-fé na publicação da secretaria [6]. Em outras oportunidades, Bolsonaro já teve postagens favoráveis ao uso da cloroquina apagadas em redes sociais por gerarem desinformação [veja aqui]. Mesmo assim, o presidente pressionou o Ministério da Saúde para aprovação de protocolo para uso do medicamento [veja aqui] [veja aqui], polarizou o debate sobre o uso da cloroquina [veja aqui], exaltou o fármaco em pronunciamentos [veja aqui] e disse que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) irá facilitar a aquisição da droga [veja aqui]. Posteriormente, a oferta de cloroquina e hidroxicloroquina aos Estados e Municípios quintuplicou durante a pandemia [veja aqui].

Leia a análise sobre as controvérsias envolvendo as postagens da Secom

21 maio 2020
Mês Filtros