Em transmissão ao vivo em redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro encoraja apoiadores a visitarem hospitais públicos e de campanha para fiscalizarem a ocupação de seus leitos, o que já estaria sendo feito por ‘muita gente’ [1]. Segundo o mandatário, haveria ‘ganho político’ com falso aumento do número de mortes e ninguém no país já teria morrido por falta de respirador, o que também já havia declarado na semana anterior [veja aqui]. A declaração causa a indignação de governadores do Nordeste, que assinam carta [2] em repúdio à fala presidencial [3]. Em 12/06, deputados do Espírito Santo invadem hospital, emulados pelas declarações de Bolsonaro [veja aqui] e são registradas outras invasões ao redor do país [4]. Em 14/06, a bancada do PSB na Câmara anuncia que representará notícia-crime contra Bolsonaro [5]. No mesmo dia, o procurador-geral da República elabora ofício com recomendações sobre a responsabilização dos envolvidos em invasões de hospitais e levanta a preocupação com a integridade física dos profissionais de saúde vigiados [6], já que, na semana anterior, um homem gravou vídeo invadindo hospital no Distrito Federal e agredindo verbalmente uma enfermeira [7]. Em 17/06, deputado governista invade hospital em Salvador [8]. Em 04/06, deputados estaduais paulistas já haviam invadido hospital alegando fiscalização e distorção dos números da gestão de João Doria (PSDB) [veja aqui]. Após a fala de Bolsonaro, parlamentares em pelo menos três estados invadem hospitais destinados ao tratamento da covid-19 [veja aqui].
Leia análise sobre os riscos da prática incentivada pelo presidente.